Um arquipélago onde coexistem o mobiliário, a arte e a natureza.
Li Galli, fica na costa de Positano e de lá poderá ver Capri. Conhecida como a ilha das sereias. É formada por três ilhotas apelidadas de: Gallo Lungo, a maior, com a silhueta de um golfinho, La Rotonda e La Castelluccia, também conhecida como a ilha dos “Briganti” devido aos piratas corsários que lá viveram.
A luz do sol filtra através das nuvens criando jogos de sombra no promontório, que se inclina rapidamente até o mar. As ondas quebram na base rochosa. No topo, os densos pinheiros bravos escondem mistérios. E neste cenário natural e selvagem, poderá ver um local de pouso e um "caminho" marcado com paredes de pedra seca que sobem em ziguezagues. Um convite ao desembarque.
A’mare. As espreguiçadeiras da coleção Jacopo Foggini são refletidas na água salgada das banheiras de pedra com vista para o penhasco Gallo Lungo. A água da cuba "solidifica-se" no material do mobiliário e reflete a essência das suas cores.
L’Isola Della Danza: "A Ilha da Dança"
Os caminhos traçados na natureza, luxuriantes e bem cuidados: uma profusão de cores e aromas, entre flores suculentas e vegetação espontânea. Nas paredes de pedra seca foram colocadas estatuetas em forma de galo.
Cipria, Cicladi e A’mare. O sofá dos irmãos Campana, as mesas e a cadeira de Jacopo Foggini. As cores e os materiais dos móveis encaixam-se em harmonia com o contexto arquitetónico e paisagístico. À esquerda, a obra de Ettore Sottsass Claire de Lune, um totem de cerâmica em branco e azul-petróleo.
Na ilha, ergue-se uma vila sobre as cinzas de uma antiga casa romana. A vila central remonta à década de 1920, quando – convidado pelo escritor russo Mikhail Nikolaevich Semenoff – o bailarino e coreógrafo russo Leonid Fedorovič Mjasin (Léonide Massine) veio com Picasso para Itália, comprou a ilha e mudou-se para lá. O seu objetivo era criar um centro de música artística, dança e cultura. Na época na ilha havia os restos da Torre Saracena, da antiga vila romana, de uma cisterna e do cais, bem como um antigo abrigo no topo da pequena baía com vista para o continente.
Já em “Briganti” ainda haviam restos de estruturas medievais e ruínas mais antigas. Contudo, no verão de 1924 iniciaram-se uma série de obras de recuperação paisagística e arquitetónica. Massine contratou o seu amigo e arquiteto Le Corbusier que também visitou Capri e ficou fascinado com a arquitetura espontânea Caprese.
Le Corbusier destaca a arquitetura como “pura”, simples e espontânea e inspirado por todo o ambiente, Massine interveio com restauros pontuais. Tornou a antiga torre de vigia saracena, a sua residência habitual, onde colocou inicialmente um andar com um enorme salão de baile. Os sofás On the Rocks e Cicladi de Francesco Binfarè, e as mesas de alabastro de Jacopo Foggini foram as peças escolhidas para a decoração do "salão" que Léonide Massine montou na Torre Saracena – onde também Rudolf Nureyev dançou.
As decorações em cerâmica e os móveis do salão são coloridos e dinâmicos. Como as cadeiras douradas Gina, com tramas que formam preciosos bordados que parecem homenagear essa harmonia de movimento.
Gina. As cadeiras de Jacopo Foggini na sala de jantar da Torre Saracena.
Após o falecimento de Massine em 1989, o arquipélago passou para as mãos de Rudolf Nureyev. O bailarino russo modificou o projeto da moradia, deixando as marcas da sua presença. Decorou um dos salões da vila central de Li Galli com uma incrível coleção de majólica otomana que ainda hoje podemos apreciar. Neste quarto foram utilizados os sofás Standalto e Brasília e as mesas de centro espelhado projetadas pelos irmãos Campana.
A partir de 1993, com o falecimento de Nureyev, Li Galli permaneceu desabitada. Anos mais tarde e até aos dias de hoje, Giovanni Russo passou a ser o proprietário e restaurou o passado esplendor desta incrível ilha. Iniciou a recuperação ambiental e arquitetónica, com o objetivo de devolver ao arquipélago o seu valor e a sua intervenção deu continuidade ao trabalho dos seus prestigiosos predecessores, porém, com a sugestão de uma nova identidade.
Sofá Standard: dentro de um dos quartos da vila. As cores do sofá foram pensadas em simbiose com o os tons azuis dos azulejos em cerâmica.
L’Isola Delle Arti: "A Ilha das Artes"
Graças à visão de Giovanni e Nicoletta (esposa de Giovanni Russo), a ilha é hoje um grande laboratório, onde a “criação paisagística” ocorre em perfeita harmonia com a inserção de obras de arte e design e de intervenções arquitetónicas pontuais.
Junto à moradia existe, ainda, outra arquitetura pequena: a área privativa do imóvel. No final do caminho que leva à casa, encontra-se a capela consagrada de San Giovanni. Adicionalmente, em todos os blocos, existem pequenos tanques de água do mar embutidos nas rochas e são nessas piscinas naturais que as peças da coleção A'mare – poltronas, camas, cadeiras e mesas desenhadas por Jacopo Foggini – brincam com a luz do sol. A´mare destaca-se ainda no piso de cerâmica branca Vietri transportando consigo a sugestão da água sob as arcadas brancas da vila.
No centro do “Belvedere Pietro” com vista para Capri foi instalada recentemente uma fonte em bronze, concebida pelo designer Michael Anastassiades – que projetou também para a ilha uma mesa majestosa em mármore verde mediterrâneo.
Também a vila principal é decorada com majólica otomana de Nureyev, onde os azulejos apresentam tons de azul, bege e verde. E, por isso, o sofá On the Rocks verde petróleo de Francesco Binfarè, tem o mesmo tom da faixa inferior da decoração e promove uma harmonia com o contexto do ambiente em que se insere.
Standard e Cicladi criam uma área de encontro e diálogo na entrada da vila.
Sobre a falésia rodeada de pinheiros bravos, as cadeiras da coleção A´mare, fundem-se com o piso de cerâmica azul Vietri da esplanada e criam reflexos de luz solar.
La Grotta: A Gruta
No porto da ilha de Li Galli, imersa na banheira criada pelo artista Savvas Laz, também é possível contemplar a coleção A´mare de Jacopo Foggini.
Li Galli é um magnífico local de inspiração e, como Nicoletta a define: “uma contaminação entre as artes”. A novidade deste destino é “La Grotta” de Savvas Laz: um espaço que poderá ser uma experiência que combina a arte contemporânea, as ideias voltadas para o futuro, materiais industriais, artesanato tradicional e a paisagem mediterrânea em contraste com a arte de viver italiana. É o ponto de entrada na ilha e a primeira das muitas maravilhas que aguardam os hóspedes que chegam a este paraíso.
Ao atracar em Gallo Lungo, a maior das três ilhas, os visitantes sobem pelo caminho de pedra e chegam à esplêndida gruta branca, um espaço aberto com vislumbres de paisagens espetaculares. É aqui que a natureza e a arte se encontram.
A magia desta troca sinérgica é evidente nos mínimos detalhes e na totalidade da visão criativa reconhecida na arte do design internacional.